David Espinosa (Espanha)

Muito Barulho por Nada - Much Ado About Nothing

TEATRO NACIONAL D. MARIA II - Sala Estúdio
12, 13 e 14 de Maio às 19h (Quinta, Sexta e Sábado)
15 de Maio às 16h30 (Domingo)
Estreia Nacional

Criação, encenação e interpretação: David Espinosa Colaboração na encenação: África Navarro Espaço cénico e desenho de luz: David Espinosa, AiR Música e som: Santos Martínez, David Espinosa Vídeo: Diego Dorado, David Espinosa Imagens: Anne Van Heelvort, Diego Dorado, David Espinosa Distribuição e produção executiva: Marta Oliveres, M.O.M.-El Vivero Produção: El Local Espacio de Creacion, Festival Clásicos en Alcalá, C.A.E.T. Terrassa Apoio: Departament de Cultura-Generalitat de Catalunya Técnica: Teatro de objectos Idioma: Sem palavras Público-alvo: +12 Duração: 50 min.
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Será possível representar Hamlet, Macbeth, Otelo, Rei Lear, Romeu e Julieta, António e Cleópatra, A Tempestade, Henrique V, Ricardo III, Como lhe Aprouver e Sonho de uma Noite de Verão, num único espectáculo?

David Espinosa tenta fazê-lo na versão mais arbitrária, espectacular e artificial das obras completas de William Shakespeare. Uma obra visual delirante que especula sobre as noções de espectacularidade, através de figuras e objectos, cheia de aventura, romance, luxúria, guerra, tragédia e poder. Um irónico jogo de luzes e sombras com numerosas referências ao cinema, à banda desenhada, às artes plásticas e à própria história do teatro.













O novo projecto de David Espinosa é uma reinterpretação do trabalho anterior, Mi Gran Obra, onde abordava “o que faria se tivesse um orçamento ilimitado, um teatro enorme, 300 actores, uma banda militar, um grupo de rock, animais, carros e helicópteros”. 

Pretendia construir um espectáculo em grande escala, sem olhar a nenhuma despesa, desenvolvendo todas as ideias que surgissem, por muito caras que fossem, com material e uma equipa artística ilimitada. Mas, obviamente, com uma ligeira nuance: fazer tudo em miniatura. “O desafio era, por um lado, a realização de uma obra cénica com estas dimensões, ou seja, o que nós faríamos se pudéssemos realmente trabalhar nestas condições e, por outro, questionar o modelo de criação artística megalómano que gere grandes orçamentos e cujo verdadeiro valor real e cultural para o teatro raramente é demonstrável. E uma das características deste tipo de espectáculos é que adaptam normalmente as grandes obras de teatro.”

O título Muito Barulho por Nada, da peça de William Shakespeare, foi escolhido “pelo duplo significado da obra clássica e o conceito principal a desenvolver. Começámos o processo revendo as obras-primas do que é considerado o maior dramaturgo de todos os tempos, com a ideia insensata de as montar todas ao mesmo tempo: Hamlet, Romeu e Julieta, Otelo, Macbeth, Rei Lear, A Tempestade, Ricardo III, António e Cleópatra, Sonho de uma Noite de Verão... Com base em todos estes textos isabelinos desenvolvemos a nossa própria versão, a nossa própria leitura, criando cenas, imagens e coreografias próprias, que são articuladas em cena pelo actor e pelas próprias personagens em miniatura que, se no trabalho anterior eram o centro absoluto da montagem, neste têm um papel mais instrumental, dando mais espaço e interesse para a acção e para o actor que manipula objectos, procurando que o resultado contenha um equilíbrio entre o irónico e o poético, e que gere um interesse por ambos os planos, tanto no pensamento como no visual.”

O trabalho de David Espinosa desenvolve-se em torno da ideia de representação e da ruptura dos limites do teatro, mantendo um espírito crítico, cheio de ironia, sobre a sociedade e o mundo artístico, tenta em cada criação desenvolver um jogo formal que surpreenda o espectador e o torne participante na visualização da obra, expondo abertamente os mecanismos e as abordagens do seu trabalho, questionando as nossas próprias ideias de arte e cultura. Tem investigado o conceito de espectacularidade, como meios precários e "low tech" geram efeitos sofisticados carregados de teatralidade, como brinquedos para adultos, com os quais fornece uma experiência particular, onde o componente recreativo ou lúdico é tão valioso quanto o discurso artístico, seguindo a máxima Punk "faça você mesmo", aproxima a criação contemporânea do espectador.

“Uma crítica deliciosa, bem-sucedida aos projectos teatrais exorbitantemente caros.” - Art & Culture Today

“Momentos hilariantes e sublimes nas quais a complexidade da vida é reproduzida com uma simplicidade desarmante.” - Sipario


BIO
Licenciado em Interpretação pela ESAD de Valência em 1998. Desde 1994 estuda dança contemporânea e improvisação em Valência, Bruxelas e Barcelona. Trabalhou como intérprete em vários espectáculos de teatro e dança de Alex Rigola, Sergi Faustino, Mal Pelo, Las Malqueridas, Osmosis Cie (França), Lapsus-Alexis Eupierre, Sònia Gómez/General Elèctrica, Paul Weibel e Carles Alberola, entre outros.
Em 2006 cria a sua própria companhia em Barcelona, com a bailarina África Navarro, El Local Espacio de Creacion. Os seus espectáculos têm sido apresentados em diversos teatros e festivais internacionais por toda a Espanha, na América do Sul e Central, em Moscovo, na Bienal de Veneza e, em Janeiro de 2016, na Tate Modern, em Londres.